O
número de mestres e doutores titulados no Brasil dobrou nos últimos dez
anos. De 2001 a 2010, a quantidade de pesquisadores formados por ano no
país passou de 26 mil para cerca de 53 mil, segundo a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
De
acordo com o órgão, só em 2010, 12 mil receberam o título de doutor e
41 mil o de mestre. Esses dados constam do balanço final do Plano de
Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação divulgado pelo governo federal no
fim do ano passado.
O
documento compila informações de vários órgãos ligados à pesquisa no
país e avalia o resultado de um plano de investimento lançado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia em 2007.
Segundo
o documento, só em 2009, 161 mil estudantes estavam matriculados em
programas de mestrado e doutorado de universidades brasileiras. O número
equivale a 90% da soma dos mestres e doutores titulados no país de 2003
até 2009.
“Esses
números são extremamente significativos”, afirmou o pró-reitor de
Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan. “Para
padrões latino-americanos, é um crescimento muito grande. Mas ainda
temos que avançar”.
Em entrevista à Agência Brasil,
Agopyan disse que o aumento na titulação de pesquisadores deve-se
principalmente ao investimento governamental. Segundo ele, governo
federal e de alguns estados como São Paulo, Paraná e Bahia entenderam a
importância da pesquisa para o desenvolvimento do país e, por isso,
passaram dar mais atenção ao setor.
Por
conta disso, nos mesmos dez anos, o número de cursos de pós-graduação
no país também cresceu. Em 2001, eles eram 1,5 mil. Já em 2009, subiram
para 2,7 mil. Só as universidades federais têm quase 1,5 mil programas
de mestrado ou doutorado.
Além
disso, cresceu o número de bolsas de estudo concedidas a estudantes. Em
2001, a Capes e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) concederam 80 mil bolsas de mestrado e doutorado. Em
2010, foram 160 mil.
Todo
esse investimento, entretanto, não atingiu às expectativas do
ministério. No lançamento do plano de ação, a previsão era de que o
Brasil passasse a investir o equivalente a 1,5% do seu Produto Interno
Bruto (PIB) em pesquisas até 2010. O montante chegou a 1,25%.
“Empresas
também precisam investir em pesquisa”, complementou Agopyan, apontando
uma das falhas que o país precisa resolver. “O Brasil é grande.
Precisamos formar pelo menos 20 mil doutores por ano”.
A
China, por exemplo, investiu 1,44% do seu PIB em 2007. Com isso, formou
36 mil doutores. Já o Japão, um dos países mais inovadores do mundo,
investiu 3,44% e formou 17 mil doutores em um ano.
Fonte: Agência Brasil
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