Alberto da Costa e Silva falou sobre o relançamento do livro “A enxada e a lança: a África antes dos portugueses”, resultado de um trabalho de dez anos. Ele disse que começou a se interessar pela África muito antes de se tornar diplomata.
Aos 16 anos, já lia “Casa grande & Senzala”. Segundo ele, até o final do século 19 e início do século 20, a África era um território praticamente desconhecido por nós, ocidentais, mas o “homo sapiens” surgiu na África.
Alberto comentou sobre alguns povos africanos, como os iorubás e os zulus – esses não constituíam uma nação, mas sim uma organização militar baseada no saque. Ele também elogiou a capacidade feminina. Segundo ele, as mulheres, em qualquer civilização, realizam o grosso do trabalho. Aos homens cabe apenas “desenvolver esportes olímpicos”.
Quanto à visão que eles tinham do homem branco, Alberto disse que a cor branca da pele era relacionada à morte. Além disso, pensavam que os brancos usavam sapatos porque não teriam os dedos dos pés e que cobriam o corpo porque sofreriam de doenças de pele. Mas, o principal motivo de repulsa era o fedor.
Os viajantes chegavam a ficar mais de um mês com a mesma roupa (de veludo). Alberto também esclareceu um equívoco comum relacionado à ideia de que todo africano venera orixás. Segundo Alberto, com exceção dos iorubás, “ninguém na África sabe o que é isso”.
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