Dos 59 cursos de Direito de Santa Catarina reconhecidos pelo Ministério da Educação, apenas o da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu o Selo OAB 2011. No Brasil, de 1.210 graduações existentes, 90 ganharam o reconhecimento, o que representa 7,4%, conforme divulgado na última quarta-feira.
A avaliação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) levou em conta os cursos que participaram dos três últimos exames de ordem, com, no mínimo 20 alunos. Preencheram os pré-requisitos 791 graduações brasileiras.
Para se chegar aos 90 cursos, uma comissão especial, formada por advogados que são professores e especialistas em educação jurídica, utilizou os índices obtidos nos exames de ordem e o resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2009. Dois estados não tiveram nenhuma graduação recomendada: Acre e Mato Grosso.
Apesar de a UFSC ser a única de SC a receber o selo, o vice-presidente da OAB, Márcio Vicari, acredita que existem outros cursos com qualidade em Santa Catarina.
Ele acrescenta que o fato de só 90 terem sido citadas demonstra a baixa qualidade das graduações do país. – Na média, elas são muito ruins, podemos ver isso não só no resultado do exame, mas também em concursos de magistratura, Procuradoria, Polícia Federal, onde é baixa a aprovação – diz Vicari.
Para o professor do curso de Direito da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, que já foi chefe de departamento, o selo é um reconhecimento ao trabalho que tem sido feito na graduação. Ele cita como pontos positivos a integração entre graduação e pós-gra-duação e o fato de a maioria dos professores ter doutorado.
Estudantes de Direito da UFSC observam que, apesar do selo, o curso apresenta problemas. Aluna da 10ª fase, Helena Kleine Oliveira relata que a maioria dos livros não está disponível para os alunos, que precisam comprar as publicações.
Também acrescenta que há um total descaso com a pesquisa e que projeto como o da assessoria jurídica à comunidade está sucateado.
– O curso não cumpre na sua totalidade o papel de uma universidade que é oferecer ensino, pesquisa e extensão – ressalta.
O aluno da sétima fase e membro do Centro Acadêmico, Lucas Gonzaga Censi cita, entre os problemas, uma fuga dos alunos da sala de aula, porque aprendem mais fora dela e não conseguem ver sentido nas aulas. O aprendizado é buscado em estágios. Da mesma maneira, os professores também não são motivados a ensinar e muitos têm dado preferência para as aulas de pós-graduação.
Fonte: Diário Catarinense
0 Comentários. Comente já!:
Postar um comentário