O concurso do Ministério Público da União, cujo edital foi divulgado na última semana, é um dos mais esperados do semestre. As inscrições estão abertas para quem tem nível médio e superior. Há oportunidades em todo o país para profissionais de qualquer área e para quem tem formação específica – técnicos e analistas. Estão envolvidas carreiras pouco usuais, como medicina, arqueologia e biologia, entre outras.
São 594 vagas, mas existe um projeto de lei (5491/09) em tramitação que propõe a criação de 6.804 cargos para o MPU. Com isso, é razoável esperar que sejam nomeados mais aprovados do que o previsto. O salário vai de R$ 3.993,09, para nível médio, a R$ 6.551,52, para nível superior. As provas estão marcadas para 11 (cargo de analista) e 12 de setembro (técnico).
Questões multidisciplinares
Houve surpresas no edital. Mudou a organizadora, que deixa de ser a Fundação Carlos Chagas (FCC), do concurso anterior, e vem o Cespe-UnB, que costuma ter questões do tipo “certo e errado”. Cada marcação incorreta representa 0,5 ponto negativo; isso é uma vantagem, pois o candidato pode arriscar um pouco mais nos casos em que tiver dúvida. Quando a cada erro era descontado um ponto, era preciso mais cuidado.
Outra característica importante dessa banca são as questões multidisciplinares. Não adianta estar muito bem preparado em algumas matérias e muito perdido em outras –isso pode comprometer a análise dos itens que contiverem informações sobre mais de um assunto e resultar em erros.
Quem vinha se preparando com base no edital do concurso de 2006 pode ter ficado decepcionado: mudaram todas as disciplinas específicas. De qualquer forma, quem já vinha estudando sai na frente em relação às básicas, que se mantiveram.
Estratégia de estudo
A melhor estratégia de preparação para concurso público é sempre iniciar o estudo pelas matérias básicas, que não costumam sofrer alterações no edital. O domínio dessas disciplinas deixa o candidato mais à vontade na distribuição do tempo após a publicação do edital, quando poderá priorizar o estudo das específicas.
Divulgado o edital, é preciso cuidado para não deixar de lado a manutenção das básicas, que representam recurso importante na hora da prova –vantagem sobre os candidatos de última hora, que têm de estudar tudo ao mesmo tempo.
Assim, as orientações principais para esses dois meses são: preparar um quadro com horários de estudo e distribuir as disciplinas a serem estudadas a cada dia. É importante dedicar mais tempo àquelas para as quais se está menos preparado, separando um período para revisões dos conteúdos já conhecidos.
Provas anteriores da organizadora
Fazer provas anteriores do Cespe também é essencial para estar mais acostumado ao tipo de questões e perceber os detalhes que costumam fazer a diferença ao examinar a prova. Candidato que conhece bem o estilo da banca garante melhor resultado do que aquele que se dedicou somente ao estudo da teoria.
Para quem inicia a preparação a partir da publicação do edital, é mais vantajoso estudar a partir das provas anteriores da organizadora e depois seguir para a teoria solicitada nas questões. Isso trará mais objetividade ao estudo, essencial para quem tem pouco tempo para se familiarizar com muitos assuntos novos.
Chance em dobro
No edital do MPU, a similaridade de matérias para os cargos de técnico e analista, acrescida do fato de que as provas acontecerão em dias diferentes, sugere que quem tem nível superior deve considerar a possibilidade de se inscrever para os dois cargos. Claro que existe o risco do cansaço na segunda prova - cada um deve avaliar suas condições. Por outro lado, as chances de aprovação também são ampliadas.
* Lia Salgado, fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, é consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”
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