sábado, 31 de outubro de 2009

Questões: Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, Português, 2.006, Cespe/UnB

CARGO 1: ADMINISTRADOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RORAIMA (TJRR)
Aplicação: 10/12/2006


QUESTÃO 1
(l. 1) A grande e principal tese de Paulo Prado — tese
(l. 2) perturbadora — residia na sua convicção acerca da tristeza como
(l. 3) traço definidor do caráter nacional. Tristeza resultante de causas
(l. 4) profundas, a exemplo do estilo português de colonizar, dos povos
(l. 5) que aqui se mesclaram, das atitudes dos que ocuparam a terra,
(l. 6) bem como dos gestos de seus habitantes originais. Tristeza
(l. 7) consolidada pelo espírito romântico de viver e pensar o mundo,
(l. 8) consagrado no século XIX, a ensejar hipocrisias e a inibir
(l. 9) iniciativas criadoras. Tristeza alastrada pelo território, de norte a
(l. 10) sul, e a atravessar a sociedade de alto a baixo, ricos ou pobres.
(l. 11) Tristeza, imobilismo e arcaísmo somente superáveis por meio de
(l. 12) uma revolução.
Ronaldo Vainfas. In: Intérpretes do Brasil, v. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 9.
Em relação ao texto acima, assinale a opção incorreta.
A) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “acerca da” (l.2) por cerca da.
B) O recurso enfático de iniciar a maior parte dos períodos com a mesma palavra, como ocorreu no texto acima, é inadequado para textos de correspondência oficial.
C) As expressões “a ensejar” (l.8), “a inibir” (l.8) e “a atravessar” (l.10) podem, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituídas por ensejando, inibindo e atravessando, respectivamente.
D) O emprego de vírgula após “Tristeza” (l.11) justifica-se para isolar aposto.

QUESTÃO 2
(l. 1) No caso de Raízes do Brasil, é mesmo possível traçar certo
(l. 2) paralelismo entre a nostalgia que, para Sérgio Buarque, marcava os
(l. 3) portugueses no trópico, e o “desamor à terra” que Paulo Prado,
(l. 4) seguindo Capistrano, viu nos mesmos portugueses, agregando
(l. 5) evidência à sua convicção sobre a melancolia que grassava no Brasil.
(l. 6) Por outro lado, se é verdade que a noção de “homem cordial” como
(l. 7) traço de caráter do brasileiro desenvolvida por Sérgio Buarque é bem
(l. 8) mais complexa e diferente do que o “brasileiro melancólico” de Paulo
(l. 9) Prado, aludindo aquele à recusa aos formalismos e ritualismos em
(l. 10) favor de relações pessoais e emotivas, é possível estabelecer diálogo
(l. 11) entre os dois conceitos. Estabelecer oposições e diferenças, mais que
(l. 12) aproximações, pois em Raízes fala-se na dificuldade do brasileiro em
(l. 13) aceitar autoridades e em Retrato pinta-se um brasileiro submisso.
Idem, ibidem p. 16 (com adaptações).
Em relação às idéias do texto acima, assinale a opção incorreta.
A) O ‘desamor à terra’ por parte dos portugueses agrega evidência à convicção de Paulo Prado em relação à melancolia do brasileiro.
B) A nostalgia destacada por Sérgio Buarque é comparável ao “desamor à terra” visto por Paulo Prado nos portugueses.
C) A noção de “homem cordial” desenvolvida por Sérgio Buarque envolve preferência por formalismos e ritualismos e recusa a relações pessoais e emotivas.
D) Há diferenças entre Raízes e Retrato, pois o primeiro focaliza a dificuldade do brasileiro em aceitar autoridade, e o segundo fala de um brasileiro submisso.

QUESTÃO 3
(l. 1) No Brasil, as primeiras tentativas nacionalistas
(l. 2) ligaram-se à declaração de independência dos Estados
(l. 3) Unidos da América, onde frutificava, no campo prático, a
(l. 4) propaganda iniciada pela Enciclopédia e pelos livros
(l. 5) incendiários de Voltaire, de Brissot e de Raynal,
(l. 6) precursores da própria Revolução Francesa. De 1770 a
(l. 7) 1800, as idéias prediletas de Jean-Jacques inspiraram e
(l. 8) guiaram os movimentos revolucionários francoamericanos:
(l. 9) soberania do povo, liberdade individual,
(l. 10) igualdade racial e política, infalibilidade da nação.
(l. 11) Aparecem na Proclamação da Independência e na
(l. 12) Constituição da Virgínia de 1776, assim como mais tarde,
(l. 13) em França, na Declaração dos Direitos do Homem. Até à
(l. 14) apagada existência do Brasil colonial chegaram os ecos
(l. 15) dessa renovação messiânica que abalava o mundo.
Idem, ibidem, p. 78 (com adaptações).
Considerando as estruturas lingüísticas e os sentidos do texto acima, julgue os itens que se seguem.
I Em lugar de “Aparecem” (l.11), estaria igualmente correta e de acordo com as idéias do texto a seguinte redação: Essas idéias aparecem.
II A expressão “em França” (l.13) pode, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituída por na França.
III A palavra “messiânica” (l.15) diz respeito a um movimento ou sistema ideológico que prega a salvação da humanidade por meio da entronização de um messias que pode ser um indivíduo, uma classe ou uma idéia.
IV Não há emprego de vírgula após “messiânica” (l.15) porque a oração subseqüente tem natureza explicativa.
A quantidade de itens certos é igual a
A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.

QUESTÃO 4
As opções a seguir contêm trechos sucessivos de um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.
A) O progresso é uma indústria que, como na China, é explorada, em uma rápida absorção, pelos capitais estrangeiros e os poucos grupos financeiros nacionais que só cogita — como é natural — dos próprios interesses.
B) Nesses oásis, e revivendo o tempo das bandeiras, tudo se deve à iniciativa privada.
C) Foi o particular que desbravou a mata, que ergueu plantações, que estendeu pela terra virgem os trilhos dos caminhos de ferro, que fundou cidades, abriu fábricas, organizou companhias e importou o conforto da vida material.
D) O poder público, pacientemente, esperou os frutos da riqueza semeada.
Opções adaptadas. Idem, ibidem, p. 93.

QUESTÃO 5
(l. 1) Uma poética da escassez e da negatividade enuncia-se em
(l. 2) Vidas Secas como uma contraposição ao pitoresco, ao
(l. 3) descritivismo e ao gosto retórico presentes na tradição do
(l. 4) romance da seca, desde o naturalismo do século XIX até o
(l. 5) regionalismo dos anos 30. Além disso, o romance oferece um
(l. 6) ponto de fuga em relação à maioria dos textos literários que, no
(l. 7) período, desempenhavam a função de “desvendamento social” do
(l. 8) Brasil, na medida em que problematiza, com rigor incomum,
(l. 9) pressupostos identitários de integração nacional por eles
(l. 10) formulados. Para tanto, desfaz as certezas da terceira pessoa
(l. 11) narrativa, descentrando sua onisciência, e escolhe a forma
(l. 12) descontínua como recurso de montagem textual.
Wander Melo Miranda. In: Intérpretes do Brasil, v. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 93 (com adaptações).
A partir das estruturas lingüísticas e dos sentidos do texto acima, assinale a opção correta.
A) A substituição do termo “enuncia-se” (R.1) por é enunciado mantém a correção gramatical do período.
B) A expressão “ponto de fuga” (R.6) tem o sentido de ponto de observação de uma perspectiva.
C) A correção gramatical do período estaria mantida caso se substituísse a expressão “na medida em que” (R.8) por à medida em que.
D) A palavra “onisciência” (R.11) está sendo empregada, no texto, com o significado de saber limitado, conhecimento restrito.


QUESTÃO 6
Os períodos contidos nas seguintes opções compõem ordenadamente um texto. Assinale a opção em que o período apresenta correção gramatical.
A) Se fôramos apurar a colaboração do índio no trabalho propriamente agrário, temos que concluir contra Manuel Bonfim — indianófilo até a raiz dos cabelos —, pela quase insignificância desse esforço.
B) O que não é de estranhar, se considerarmos que a cultura
americana ao tempo da descoberta era a nômade, a da floresta, e não ainda a agrícola; que o pouco da lavoura — mandioca, cará, milho, jerimum, amendoim, mamão — praticadas por algumas tribos menos atrasadas eram trabalhos desdenhados pelos homens — caçadores, pescadores, guerreiros.
C) A lavoura era entregue as mulheres, diminuídas assim na sua domesticidade pelo serviço de campo; tanto quanto os homens nos hábitos de trabalho regular e contínuo pelo de vida nômade.
D) Daí não terem as mulheres índias se revelado tão boas escravas domésticas quanto as africanas, que mais tarde as substituíram vantajosamente como cozinheiras e amas de menino, do mesmo modo que os negros aos índios como trabalhadores de campo.
Opções adaptadas de Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. In: Intérpretes do Brasil. v. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 315-6.

QUESTÃO 7
Os itens a seguir contêm trechos sucessivos de um texto. Julgue-os quanto à pontuação.
I - Através das informações de Léry, de Gabriel Soares, de Hans Staden, das crônicas dos jesuítas do século XVI, dos livros de Ives d’Evreux e de Claude d’Abbeville, vê-se, que, para a mulher tupi, a vida de casada era de contínuo trabalho: com os filhos, com o marido, com a cozinha, com os roçados.
II - Isto sem esquecermos as indústrias domésticas a seu cargo, o suprimento de água e o transporte de fardos. Mesmo grávida a mulher índia, mantinha-se ativa dentro e fora de casa, apenas deixando, de carregar às costas, os volumes extremamente pesados.
III - Mãe, acrescentava às suas muitas funções: a de tornar-se uma espécie de berço ambulante da criança, de amamentála, às vezes até aos sete anos, de lavá-la, de ensinar as meninas a fiar algodão e a preparar a comida.
IV - E eram de suas próprias mãos os utensílios de que se servia para fazer a comida, para guardá-la, para pisar o milho ou o peixe, moquear a carne, espremer raízes, peneirar as farinhas: os alguidares, as urupemas, as cuias, as cabaças de beber água, os balaios. Itens adaptados.
Idem, ibidem, p. 337.
A quantidade de itens certos é igual a
A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.

QUESTÃO 8
(l. 1) O retrato da administração colonial mostra, de alto
(l. 2) a baixo da escala administrativa, com raras exceções, a
(l. 3) mais grosseira imoralidade e corrupção que domina
(l. 4) desbragadamente. Os mais honestos e dignos delegados
(l. 5) da administração régia são aqueles que não embolsam
(l. 6) sumariamente os bens públicos, ou não usam dos cargos
(l. 7) para especulações privadas, porque, de diligência e bom
(l. 8) cumprimento dos deveres, nem se pode cogitar. Aliás, o
(l. 9) próprio sistema vigente de negociar os cargos públicos
(l. 10) abria naturalmente portas largas à corrupção. Eles eram
(l. 11) obtidos e vendidos como a mais vulgar mercadoria.
Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo. In: Intérpretes do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 1.425 (com adaptações).
Em relação às estruturas lingüísticas e aos sentidos do texto acima, assinale a opção correta.
A) A expressão “a mais grosseira imoralidade e corrupção” (l.2-3) é complemento sintático de “escala administrativa” (l.2).
B) A palavra “diligência” (l.7) está sendo empregada, no texto, no sentido de assiduidade, pontualidade.
C) O sinal indicativo de crase em “à corrupção” (l.10) deve-se à regência de “negociar” (l.9) e à presença de artigo definido feminino acompanhando o substantivo “corrupção”.
D) O pronome “Eles” (l.10) retoma a expressão antecedente “os cargos públicos” (l.9).

QUESTÃO 9
(l. 1) A morte de Getúlio Vargas abriu em nosso flanco uma ferida secreta e incurável, mas, no plano político e malgrado alguma
(l. 2) inquietação e angústia, a crise foi resolvida de forma bastante civilizada com a eleição de Juscelino Kubitschek para a presidência
(l. 3) da República. Estava armada a equação de nossa futura história política, que, sendo, por alguns aspectos importantes, um
(l. 4) prolongamento do getulismo, era, pela orientação global, pelas perspectivas que abria e pelo espírito, uma ruptura definitiva com
(l. 5) ele. Dir-se-ia que a destruição de Getúlio Vargas tinha sido o rito indispensável para que o país se desligasse para sempre do ciclo
(l. 5) histórico e social iniciado com a Revolução de 1930.
Wilson Martins. História da inteligência brasileira. v. VII. São Paulo: T. A. Queiroz (Editor) p. 345 (com adaptações).
Considerando as estruturas lingüísticas e os sentidos do texto acima, assinale a opção correta.
A) O emprego de vírgulas logo após “mas” (l.1) e “angústia” (l.2) justifica-se por isolar um aposto explicativo.
B) A substituição de “a crise foi resolvida” (l.2) por resolveu-se a crise prejudica a correção gramatical do período e altera as informações originais.
C) O emprego do pronome de primeira pessoa do plural em “nossa futura história política” (l.3) introduz no texto as pessoas do autor e do leitor.
D) Em “se desligasse” (l.5), o pronome “se” é empregado como indeterminador do sujeito.

QUESTÃO 10
Os trechos a seguir constituem seqüencialmente um texto. Assinale a opção em que o período apresenta erro gramatical.
A) A tradução de Tristes Trópicos veio incorporar Claude Lévi-Strauss ao circuito do pensamento brasileiro e, com ele, uma nova maneira de ver a realidade — buscando-lhe o sentido e a significação.
B) Tristes Trópicos enriquecia a biografia intelectual do autor, mas era também a intelectualização da matéria brasileira em termos de estruturas mentais.
C) A história deixava de ser sucessiva para ser sincrônica, não apenas porque as populações primitivas coexistiam materialmente com e na civilização, do século XX, mas também porque a noção enriquecedora de tempos simultâneos vinham concorrer com a idéia convencional do tempo cronológico e linear.
D) Esse livro e os estudos posteriores de Lévi-Strauss introduziram, assim, um fator catalítico na evolução intelectual, igualmente operante na história do livro, da imprensa e da biblioteca.
Opções adaptadas. Idem, ibidem, p. 389.

QUESTÃO 11
(l. 1) O livro Les Religions Africaines au Brésil, de Roger
(l. 2) Bastide, é a obra suprema a respeito do fenômeno religioso
(l. 3) em nosso país (e não apenas no que se refere aos cultos
(l. 4) negros), cuja verdadeira natureza, aliás, é mais
(l. 5) bem expressa pelo subtítulo do que pelo título: trata-se de
(l. 6) uma “sociologia das interpenetrações de civilizações”, na qual
(l. 7) as religiões africanas aparecem, ao mesmo tempo, como
(l. 8) exemplo privilegiado e como elemento de demonstração
(l. 9) ilimitadamente generalizável; no caso, elas importam por
(l. 10) serem religiões, não por serem africanas, sem prejuízo, bem
(l. 11) entendido, de sua inegável individualidade como religiões
(l. 12) africanas.
Idem, ibidem, p. 431 (com adaptações).
Com base nas estruturas sintático-semânticas do texto acima, assinale a opção correta.
A) A substituição de “a respeito do” (R.2) por sobre o prejudica a correção gramatical do período.
B) A expressão “cuja verdadeira natureza” (R.4) refere-se a “cultos negros” (R.3-4).
C) Pelas informações do texto, pode-se considerar o livro de Roger Bastide um tratado a respeito das religiões africanas.
D) Na linha 9, a substituição do sinal de ponto-e-vírgula por ponto final, com modificação da minúscula para maiúscula em “no caso”, mantém a correção gramatical do texto.

Texto para as questões de 12 a 14
(l. 1) Todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um
(l. 2) certo “sentido”. Esse se percebe não nos pormenores de sua
(l. 3) história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos
(l. 4) essenciais que a constituem em um largo período de tempo.
(l. 5) Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de
(l. 6) incidentes secundários que o acompanham sempre e o fazem,
(l. 7) muitas vezes, confuso e incompreensível, não deixará de
(l. 8) perceber que ele se forma de uma linha mestra e ininterrupta
(l. 9) de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, e
(l. 10) dirigida sempre em uma determinada orientação. É isto que se
(l. 11) deve, antes de mais nada, procurar quando se aborda a análise
(l. 12) da história de um povo, seja, aliás, qual for o momento ou o
(l. 13) aspecto dela que interesse, porque todos os momentos e
(l. 14) aspectos não são senão partes, por si só incompletas, de um
(l. 15) todo que deve ser sempre o objetivo do historiador, por mais
(l. 16) particularista que seja.
(l. 17) Tal indagação é tanto mais importante e essencial que
(l. 18) é por ela que se define, tanto no tempo como no espaço, a
(l. 19) individualidade da parcela de humanidade que interessa ao
(l. 20) pesquisador: povo, país, nação, sociedade, seja qual for a
(l. 21) designação apropriada ao caso. É somente aí que ele
(l. 22) encontrará aquela unidade que lhe permite destacar uma tal
(l. 23) parcela da humanidade para estudá-la à parte.
Caio Prado Júnior. Op. cit., p. 1.130 (com adaptações).

QUESTÃO 12
Considerando as estruturas lingüísticas e os sentidos do texto, assinale a opção correta.
A) Na linha 2, o pronome “Esse” retoma a idéia antecedente de ‘sentido’.
B) Em “que a constituem” (3.4), o pronome “a” retoma o antecedente “sua evolução” (3.l).
C) Os pronomes “o” (3.5) e “ele” (3.8) retomam a idéia de “um largo período de tempo” (3.4), que, por sua vez, retoma a expressão “sua história” (3.2-3).
D) Em “que se deve” (3.10-11), o termo “se” tem valor reflexivo.

QUESTÃO 13
Ainda com base nas estruturas lingüísticas e nos sentidos do texto, assinale a opção incorreta.
A) Em “aspecto dela” (R.13), “dela”, contração de preposição e pronome, refere-se a “história de um povo” (R.12).
B) Segundo o texto, os objetivos do historiador devem ser os incidentes secundários, os detalhes e os aspectos menores da história de um povo.
C) O pronome “ela” (R.18) retoma o antecedente “Tal indagação” (R.17).
D) Na linha 20, o emprego de vírgula após “povo”, “país” e “nação” justifica-se para isolar elementos de mesma função gramatical componentes de uma enumeração.

QUESTÃO 14
A respeito das características textuais e das estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.
A) Como se trata de tema relativo à história, o texto é predominantemente narrativo.
B) O nível de linguagem do texto está adequado a uma correspondência oficial, como um parecer, em vista da objetividade e impessoalidade das escolhas lexicais e sintáticas.
C) Na linha 21, o termo “aí” refere-se a “caso”.
D) Na linha 22, o emprego de “lhe” justifica-se, uma vez que “permite” é verbo intransitivo.

QUESTÃO 15
(l. 1) Saint-Hilaire, viajando pelo Brasil em princípio do
(l. 2) século XIX, notará, com a acuidade de sua visão, a extrema
(l. 3) mobilidade da população brasileira. A preocupação
(l. 4) dominante das zonas novas já existia então: emigrava-se às
(l. 5) vezes por nada, e com simples e vagas esperanças de outras
(l. 6) perspectivas. Todo mundo imaginava sempre que havia um
(l. 7) ponto qualquer em que se estaria melhor que no presente.
(l. 8) Pensamento arraigado e universal que nada destruía, nem
(l. 9) experiências nem fracassos sucessivos. Isto que
(l. 10) impressionava o viajante francês, habituado a um continente
(l. 11) em que havia séculos o povoamento se estabilizara, é a feição
(l. 12) natural de todo território semivirgem da presença humana,
(l. 13) onde a maior parte da área ainda está por ocupar e onde as
(l. 14) formas de atividade mais convenientes para o homem ainda
(l. 15) não foram encontradas; onde, em uma palavra, o indivíduo
(l. 16) não se ajustou bem ao seu meio, compreendendo-o e
(l. 17) dominando-o.
Idem, ibidem, p. 1.179 (com adaptações).
Com relação ao texto acima, assinale a opção correta.
A) As vírgulas após “Saint-Hilaire” (R.1) e “século XIX” (R.2) justificam-se por isolar oração com valor substantivo.
B) O emprego da forma verbal “notará” (R.2) indica que o autor escreveu o texto antes da ocorrência relatada.
C) A substituição de “em que” (R.7) por no qual mantém a correção gramatical do período.
D) Em “compreendendo-o e dominando-o” (R.16-17), as duas ocorrências de “o” retomam o antecedente “indivíduo” (R.15).


QUESTÃO 16
Entre as opções abaixo, que, em seu conjunto, constituem um texto, assinale a que apresenta erro gramatical.
A) A história registra muitas questões insolúveis, do mesmo modo que temas controversos. Não seria o caso de tentar inventariá-los.
B) De todos os modos, há circunstâncias que não podem deixar de ser referidas por sua relevância. A principal controvérsia diz respeito ao papel dos jesuítas.
C) Varnhagen afirmou que “justo é reconhecer que a Ordem prestou ao Brasil alguns serviços, bem como, por outro lado, parcialismo ou demência seria negar, quando os fatos evidenciam que, por vezes, pela ambição e orgulho de seus membros, chegou à provocar no país não poucos distúrbios.”
D) O desdobramento dessa hostilidade seria a expulsão dos jesuítas de nosso país, não se podendo perder de vista que o fenômeno ocorreu em outras nações, culminando com a própria extinção da Ordem, determinada pelo Vaticano.
Opções adaptadas de Antonio Paim. Momentos decisivos da história do Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 35.

QUESTÃO 17
Assinale a opção em que o trecho constitui continuação coesa, coerente e gramaticalmente correta para o texto acima.
A) Lembra que a participação dos entrepostos dos Países Baixos no comércio do açúcar, em fins do século XVI e começos do seguinte, é conhecida. E acrescenta: “Menos conhecida é a contribuição dos comerciantes e financistas portugueses de Lisboa.”
B) Com exceção de parte reduzida dos comerciantes portugueses que se dedicavam ao mister, as principais fortunas de Lisboa retiraram-se do chamado comércio com a Índia.
C) Acrescenta que os portugueses também acumularam capital, de modo significativo, e investiram no Brasil e no comércio com o Atlântico. Pernambuco, a primeira e maior região produtora de açúcar no Brasil, e também a mais rica, desenvolveu-se por um conjunto de famílias portuguesas, originárias do Porto e de Lisboa, com experiência de cultivo de cana na Madeira.
D) Esclarecendo que, embora este tivesse continuado, voltandose para outras mercadorias (seda, porcelana e produtos exóticos), “a contribuição mais original dos comerciantes privados portugueses consistiu no desenvolvimento do Brasil e na constituição da rede comercial que ligou o Brasil, a África, a Ásia e a América Espanhola”.


QUESTÃO 18
Entre as opções a seguir, que se encadeiam formando um texto, assinale a que contém erro gramatical.
A) Entre as últimas décadas do século XVI e meados do século XVII criaram-se no litoral brasileiro, sobretudo no Nordeste, uma civilização fluorescente em torno da produção açucareira.
B) Naquele período, o Brasil chegou a responder por cerca de 80% da oferta mundial de açúcar. Havia, anteriormente, em alguns pontos do país, produção artesanal daquela mercadoria.
C) Entretanto, o que teve lugar no Recôncavo Baiano e no litoral pernambucano foi algo de muito diverso: a implantação de grandes engenhos, que requereu vultosos investimentos.
D) A liderança da iniciativa esteve a cargo dos cristãos-novos, os judeus convertidos à força. Essa conversão forçada tivera lugar ainda em fins do século XV e fora conseqüência de uma imposição da Espanha, por motivos não plenamente esclarecidos.
Opções adaptadas de Antonio Paim. Op, cit., p. 49.

Texto para as questões 19 e 20
(l. 1) 1 Na época atual, embora a avareza ou o ócio devam
(l. 2) continuar merecendo a nossa condenação, no seio dos
(l. 3) detentores da riqueza (ou dos que se proponham a alcançá-la),
(l. 4) 4 há uma figura digna de ser exaltada: o empresário. Pela razão
(l. 5) muito simples de que agora estamos diante de uma sociedade
(l. 6) de abundância (ao contrário da sociedade primitiva, vitimada
(l. 7) 7 pela escassez) e a única maneira de a imensa maioria ter
(l. 8) acesso à variada gama de bens e serviços disponíveis na
(l. 9) sociedade é por intermédio do emprego. E ainda que a busca
(l. 10) 10 da riqueza pelo empresário não vise diretamente ao bem-estar
(l. 11) geral, ao propiciar novos empregos, ele está desempenhando
(l. 12) função primordial na economia.
Antonio Paim. Op. cit., p. 290 (com adaptações).


QUESTÃO 19
Em relação ao texto, assinale a opção correta.
A) O emprego de “nossa” (R.2) e de “estamos” (R.5) confere subjetividade ao texto, tornando a linguagem nele utilizada inadequada para documentos oficiais.
B) Na linha 3, a substituição dos parênteses por vírgulas prejudica a correção gramatical do texto.
C) Nas linhas 6 e 7, a substituição dos parênteses por travessões prejudica a coesão e a coerência do período.
D) Mantêm-se a correção gramatical e as idéias originais do texto ao se substituir o termo “ainda que” (R.9) por qualquer um dos seguintes: mesmo que, embora, conquanto.


QUESTÃO 20
Em relação às idéias do texto, assinale a opção correta.
A) A avareza e o ócio são características da época a que o texto se refere.
B) No seio dos detentores da riqueza, o empresário é o símbolo da avareza.
C) O emprego permite que a maioria tenha acesso aos bens e serviços disponíveis na sociedade.
D) Ao propiciar novos empregos, o empresário visa diretamente ao bem-estar geral da sociedade.

Gabarito:
1 - D
2 - C
3 - C
4 - A
5 - B
6 - D
7 - B
8 - D
9 - C
10 - C
11 - D
12 - A
13 - B
14 - B
15 - C
16 - C
17 - B
18 - A
19 - D
20 - C

3 Comentários. Comente já!:

Postar um comentário