sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os Dez Mandamentos do Concurseiro

Retirado do site Vem Concursos, texto do Prof. Kerlly:

"Olá amigos,

Hoje trago o que chamo dos dez mandamentos do concurseiro, um pequeno grupo de dicas básicas para auxiliá-los nessa árdua tarefa de passar em concurso público.

Espero que gostem (e adotem-no).

[...]

Primeiro: seja teimoso

É isso mesmo, seja teimoso, de preferência, muito, muito teimoso! Vista sempre como um defeito, a teimosia aqui é uma grande virtude. Vale mais do que nunca a velha máxima: “Em concurso público não se estuda para passar, mas até passar”.

Se esse é o seu primeiro concurso público, dê o máximo para passar na primeira, e não ter que ver toda a matéria de novo. Mas se já deu com a cara na porta, não se preocupe, não será o primeiro, quiçá o último. Continue tentando que um dia a hora chega. Mas se você já está na terceira, quarta, quinta tentativa, abra o olho, continue sendo teimoso, mas avalie se seu método de estudo está correto e dê especial atenção ao próximo mandamento.

Segundo: estude certo

Esse mandamento já foi tratado em artigo anterior intitulado “Reflexões“. Dizia, em linhas gerais, que o que mais importa é estudar certo, ao invés de estudar muito. Claro, não se está aqui dizendo que não seja importante estudar muito, mas isso não é uma garantia de aprovação. Porém, se você estudar certo, as chances aumentam muito, muito mesmo.

Estudar certo é fazê-lo com início, meio e fim. É conhecer a banca através da resolução de todas as provas anteriores. É manter a matéria toda o tempo todo fresquinha na cabeça e revisá-la a fim de chegar no dia da prova tinindo. Estudar certo passa necessariamente por prévio planejamento: estou neste ponto e preciso chegar àquele lá na frente. Então devo planejar meu estudo para atingir meu objetivo.

Planejamento é tudo. Bem me lembro de uma frase que o Comandante Rolin da TAM dizia: “não acredito em ninguém que não tenha uma agenda”. Também não se chega muito longe em concursos sem planejamento.

Terceiro: não arrume desculpas

Passar em concurso público é tarefa meio espinhosa, é verdade! Você terá que se esforçar para estar na grande lista dos aprovados. E isso exigirá bastante luta. Então não arrume desculpas do tipo “não tenho tempo”, ou “não gosto de Direito, Contabilidade etc”.

Aprenda a gostar. Isso mesmo, aprenda a gostar. Bem me lembro da época de infância (anos que não voltam mais!) quando detestava jiló, quiabo, angu e coisas assim, como (quase) toda criança. Mas minha mãe dizia: “Você não quer ser jogador de futebol? Então tem que comer essas coisas para crescer e ficar forte”. Sábias palavras! Não me tornei jogador de futebol, mas, pelo menos, cresci e aprendi que é importante aprender a gostar de certas coisas, mesmo que elas conflitem com nosso gosto pessoal, nossa preferência e, até mesmo, com nossa personalidade.

Ora, se você precisa de Direito, Contabilidade, Português etc, para passar em concurso, não tem jeito, aprenda a gostar dessas matérias, e esqueça daquelas desculpas esfarrapadas.

E aquela história de “não tenho tempo”. Bem, ou você arruma ou é melhor se dedicar a outra coisa. Não é preciso estudar dez horas por dia. Se só tem disponibilidade para uma, duas horas, é o bastante, desde que seja feito com maior espaço de tempo, mas não é isso que o impedirá de ser aprovado.

Definitivamente, esqueça as desculpas e bola pra frente.

Quarto: você pode passar sendo normal

Muita gente acha que aquele que passa em concurso público é gênio ou foi o primeiro da classe a vida inteira ou, no mínimo, é muito inteligente.

Bobagem, a aprovação vem com a persistência, a dedicação, a força de vontade, a teimosia, e não pelo fato de ser CDF. Claro, se o sujeito for dedicado e inteligente, melhor. Mas isso não impede que o que tinha ou tem menor facilidade no aprendizado garanta sua aprovação.

Lembre-se que a aprovação exige 10% de inspiração e 90% de transpiração.

Quinto: quanto pior melhor

Sua chance de ser aprovado é diretamente proporcional à sua necessidade. Quanto pior estiver melhor será para ser aprovado, já que lutará com ainda mais afinco, pois, em geral, deposita-se na aprovação do concurso a esperança de dias melhores, não é mesmo?

Quanto mais fundo no poço estiver, mais rápido sairá de lá. A saída, por mais profundo que seja o poço, é sempre por cima.

Você saíra dessa também.

Sexto: faça muitas coisas pequenas

Sim, não se preocupe em fazer pequenas coisas grandes, mas muitas coisas pequenas.

Você terá que estudar muitas matérias, é fato. Não se iluda que sendo fera em meia dúzia delas, e até mesmo nas de maior peso, isso será suficiente para passar.

Não, definitivamente, não!

Preocupe-se em fazer muitas pequenas coisas. A princípio, saiba um pouquinho de tudo. Seja um generalista. Garanta, hoje, a aprovação em todas as matérias.

À medida que o tempo passar, igualmente, vá agregando conhecimento em cada matéria, de pouco em pouco. São coisinhas pequenas que não doem, mas que funcionam.

Imagine que cada matéria seja uma caixa, de início vazia, mas que você tem de encher de conhecimento através de seu estudo. No dia da prova, todas devem estar preenchidas com pelo menos o mínimo para não ser reprovado. Assim, a primeira preocupação é com uma coisa pequena, o mínimo necessário para não estar fora. Dia após dia, você vai enchendo a caixa com mais conhecimento e mais conhecimento, até que a caixa esteja cheia.

Vale o velho ditado: “de grão em grão a galinha enche o papo”.

Sétimo: não complique o que é simples

Sabemos que a tarefa de passar em concurso público não é exatamente um passeio no parque, algo feito com enorme prazer e sem qualquer estresse, não é mesmo?

Parece como montar um grande quebra-cabeça. No início, você fica até desanimado com a empreitada, vê todas aquelas peças embaralhadas e sem qualquer conexão. Aí, prende a respiração e começa a execução. Mas, por mais empolgado que você esteja – e por mais habilidoso que seja – encontrará dificuldades, muitos percalços, naturalmente. A montagem do quebra-cabeça é tarefa de alguma complexidade, mas não só para você, todos a terão.

Então, se a tarefa já é complexa por natureza você não deve piorá-la, torná-la ainda mais árdua. Tente simplificá-la, na medida do possível. E aí me vem à cabeça minha Teoria da Cebola.

- Teoria da Cebola? Que diabos é isso? – perguntariam vocês.

Explico.

A cebola é uma... Bem, deixo essa tarefa para o Aurélio: “Erva bulbosa alimentar, da família das liliáceas (Allium cepa), de bulbo grande, solitário, subgloboso, formado de túnicas carnosas, exceto as exteriores, que são membranosas, coloridas ou não, e que tem odor forte e picante, sabor acre e adocicado, sendo usada como condimento.”

De tudo isso dito aí em cima só me interessa uma coisa para explicar minha “Teoria”: a cebola é formada de várias camadas concêntricas, o que o Aurélio chama “túnicas carnosas”.

Pois bem, imagine um observador olhando para uma cebola pela sua camada mais externa. Ele a vê de forma muito superficial, não conhece maiores detalhes sobre ela. Analogicamente, imagine que essa cebola seja uma matéria do concurso. Olhando de forma tal superficial, provavelmente, não será suficiente para a aprovação. Aí, então, você desnuda a 2ª camada. Passa a conhecer a cebola mais detalhadamente. Mas será suficiente? Possivelmente, não. Então você passa a 3ª, 4ª, 5ª camada... E vem a pergunta: tenho que chegar até aquela última camada para passar? Por outras palavras: tenho que ser um especialista em cada cebola, digo, em cada matéria?

A resposta é um sonoro NÃOOOOO.

Você não precisa disso para passar. A grande questão é descobrir, em cada matéria, quão profundo devemos ir. Com até que profundidade, por matéria, devemos nos preocupar é ponto crucial para estudarmos na justa medida de nossas necessidades, sem desperdício de tempo e neurônios.

Por isso, não complique o que já o é por natureza.

Oitavo: torne-se um chato

É preciso respirar concurso público, o tempo todo. Não que você só vá estudar, estudar e estudar. Mas deve estar ligado, antenado ao que rola ao seu redor.

Você não está perdendo tempo, mas fazendo um investimento para a vida inteira.

Nono: aprenda a escutar

Você tem uma boca e dois ouvidos - não deve ser por acaso. Logo, não contrarie a sabedoria da natureza. Fale menos, escute mais. Que tal começar por dar ouvidos àqueles que já passaram pelo que está passando agora?

Ou visto por outro ângulo: não dê bola para o que não importa. Você tem dois ouvidos para entrar por um e sair por outro.

Décimo: sonhe

Já se disse: “O que é um homem sem sonhos?”.

Respondo: nada.

Deseje, imagine, cogite, viaje, aspire, planeje, pretenda, projete-se, empenhe-se, queira, queira muito mesmo a aprovação.

Não deixe essa força que lhe impulsiona para frente perder sua força.

Sonhe, pois é possível passar.

Seja otimista, você chega lá.

Um abraço."

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