Uma questão de ajuste
Refazer provas antigas é hábito entre os candidatos. Mas é preciso tomar cuidado quando há mudanças no perfil do cargo escolhido
Dedicação é requisito para ser aprovado em um concurso. Mas não basta. O estudo precisa estar direcionado aos assuntos que serão cobrados na prova. Enquanto o edital não é divulgado, muita gente se prepara a partir das regras e provas de seleções antigas. Mas nem sempre a estratégia pode ser colocada em prática com facilidade, principalmente nos casos em que o perfil do cargo escolhido muda de um concurso para o outro, como ocorreu recentemente na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e na Polícia Rodoviária Federal (PRF), que passaram a exigir nível superior dos candidatos a policial.
Na opinião de José Wilson Granjeiro, diretor-presidente do Obcursos, em casos como os da PMDF e PRF, ainda é válido inspirar-se nos documentos passados. "Não deve mudar muita coisa (nas provas). Eles devem acrescentar mais conteúdos, mas a base vai ser a mesma", aposta o professor, que também dá um conselho aos interessados nos dois concursos. "Como tem uma concorrência alta, é preciso uma ótima interpretação de texto e saber escrever muito bem." Outra saída é olhar editais e provas de órgãos públicos que tenham cargos similares. A Polícia Civil do DF, por exemplo, faz um seleção de agente de polícia, também destinada aos graduados.
Interessada em uma vaga da PMDF, a auxiliar administrativa Elisangela do Nascimento acredita que a falta de provas com o mesmo grau de exigência dificulta a preparação, mas nem tanto quando se tem disciplina e habilidade para administrar as matérias. "Eu tenho priorizado as básicas, como língua portuguesa, direito administrativo e constitucional. Quem estuda essas matérias não está preparado só para fazer esse concurso, mas qualquer outro", aposta. A aplicação das provas objetiva e discursiva para a PMDF está marcada para 13 de junho. A PRF tem até agosto para divulgar o edital do próximo concurso.
A prática de recorrer a documentos antigos também é comum quando o concurso é estreante, caso do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram-DF), que divulgou, na última quarta-feira, o edital da sua primeira seleção pública. Nessa situação, Granjeiro sugere aos candidatos que estudem as matérias clássicas, como gramática, direitos constitucional e administrativo, noções de informática e legislação aplicada. "A pessoa também pode entrar no site da instituição, levantar as leis que regem o seu funcionamento e a carreira de interesse e estudá-las", diz.
Professor de técnicas de estudos e conhecimentos gerais do Vestconcursos, Júlio César de Castro Gabriel acredita que os cursinhos são indicados para quem valoriza uma preparação sistematizada, cujo aprendizado segue uma sequência lógica. Quem decide se preparar por conta própria deve, segundo ele, investir na compra dos materiais de estudo. "As apostilas são feitas por professores especializados e contêm exercícios. É fundamental fazer muitos exercícios de várias bancas", exemplifica. Tendo um edital ou não, avisam os professores, as regras básicas de estudo devem ser mantidas. "As várias horas de dedicação, empenho e esforço são compensadas por uma vida profissional muito prestigiada, valorizada, bem remunerada e com chances de participar de trabalhos desafiadores", diz Júlio César.
O MAPA DA MINA
As principais organizadoras de concursos divulgam em seus sites os editais e/ou provas de seleções antigas. Veja o endereço de algumas delas:
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe): www.cespe.unb.br
Fundação Universa: www.universa.org.br
Instituto Quadrix: www.quadrix.org.br
Fundação Cesgranrio: www.cesgranrio.org.br
Escola de Administração Fazendária (Esaf): www.esaf.fazenda.gov.br
Núcleo de Computação Eletrônica (NCE): www.nce.ufrj.br
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