domingo, 22 de agosto de 2010

Para refletir nesta época de eleições...

Retirado do blog Um Instante:

Esta é uma história verdadeira. O ocorrido se passa numa pequena cidade do interior mineiro, cujo o personagem principal é um funcionário da prefeitura local. Um belo dia chegou pela manhã em sua repartição de trabalho na prefeitura dizendo que acertou na mega-sena, agraciado com um valor de vinte milhões, e que estava voltando da cidade vizinha pois tinha acabado de aplicar todo o dinheiro na caderneta de poupança; ao completarem trinta dias teria por volta de quarenta mil reais livres em sua conta.
Como se tratava de uma pessoa de respeito, homem conhecido, não havendo contra ele nenhuma contravenção, imediatamente foi cercado por colegas que o parabenizaram pela sorte, sem evidentemente demonstrarem qualquer ponta de inveja. Começou ali uma série de conversas sobre a melhor maneira de aplicar o dinheiro, investimentos, enfim o que fazer para não perder a sorte agraciada e aumentar seu valor. Consequente aos atropelos da vida moderna foi sugerido que imediatamente contratasse um corpo de seguranças, lógico, que deveriam ser escolhidos os amigos mais chegados, do peito, pois devido a maldade do mundo ele estava correndo risco de sequestro.
Aceitou a sugestão contratando o tal corpo de segurança sendo que muitos daqueles escolhidos, imediatamente pediram demissão em seus empregos, pois o valor do salário oferecido era no mínimo três vezes maior ao que ganhavam; grande generosidade do amigo.
Ao sair pelas ruas, logicamente acompanhado pelo corpo de seguranças, parava e escutava desabafos, demandas, e sempre solícito, prometia ajuda ou realização de sonhos contados e muitas vezes guardados anos a fio. Ressalte-se que a ajuda só poderia vir quando vencesse os trinta dias da caderneta de poupança para não se perderem os juros. Com isto, um novo problema deveria ser resolvido pois teria despesas naqueles trinta dias e não fez nenhum aprovisionamento para passar o mês. Imediatamente não faltou provedores para esta passagem inicial, lógico que cobrando juros módicos que seriam evidentemente pagos no dia do vencimento da poupança.
Como não poderiam ficar a pé, foram (ele e o corpo de seguranças) a agência de automóveis da cidade e escolheu (ele evidentemente) o carro importado mais caro, lógico que com a promessa de que no dia do vencimento da poupança acertariam tudo. Passou a se locomover de carro com seus seguranças e negociando a seguir a compra de um grande fazenda de gado, ficando acertado o valor para quando do vencimento da caderneta de poupança.
Como o prazo se esgotava, no domingo anterior a retirada do dinheiro deu na fazenda que provavelmente seria comprada, um belo churrasco com vários convidados e de fartura nunca vista. No fim da tarde dirigiu-se para debaixo de uma árvore e fez um discurso emocionado de agradecimento aos amigos que se mostraram presentes.
No fatídico dia, as sete da manhã, chegando na padaria tomou café e dirigiu-se ao caixa eletrônico do banco para apanhar e ver o valor dos juros a que teria direito. Saiu atordoado dizendo que tinha sido roubado pelo banco e iria a cidade vizinha para saber do ocorrido.
Desconfiando, seus amigos e muitos deles lesados por terem emprestado dinheiro, foram até a delegacia e deram queixa. O delegado, pelo sim pelo não, achou de conferir o ocorrido no dia do prêmio e descobriu que este havia acumulado.
O sortudo nunca mais apareceu na cidade e ninguém sabe seu paradeiro, mas o fato foi que utilizou com esperteza a boa fé alheia. A esperança trabalhou nos sonhos e na expectativa de um povo para se distrair por trinta dias. Não será isto o que acontece em nossa relação com os políticos?

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